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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A pequeneza

Era um domingo no início de 2010. Tinha ganho ingressos para assistir a peça "O Estrangeiro", numa montagem baseada no livro de Albert Camus (que eu nunca li). Recentemente tinha assistido a uma montagem bem fraca de "Calígula", também de Camus, e tive curiosidade de ver a nova peça para tirar a má impressão. Saí do teatro muito bem impressionado, a história é marcante e a atuação do ator Guilherme Leme excelente. Foi a última peça (não cômica) que assisti. Sinto falta, quero voltar aos teatros.
Albert Camus. Fonte:Wikipédia
O personagem principal, Meursault, está sendo julgado por um assassinato e conta a sua história pequena, sem mágoas, sem remorso. Apenas levado pelos acontecimentos.

Ontem o P me apresentou um ótimo artigo sobre o Paradoxo de Fermi, que explica teorias sobre a solidão (ou não) da Humanidade na imensidão do Universo. Hoje um desentendimento pequeno, mas revelador da minha personalidade, me fez pensar na insignificância da vida diante da imensidão e tempo do Cosmos.

Enrico Fermi. Fonte:Wikipédia
Percebi que os nossos destinos são traçados por nós, mas pequenos percalços nos levam para caminhos completamente inesperados. Assim como aconteceu com Meursault, eu não esperava, mas não posso fugir. Todas as coisas boas que você faça na vida não compensam uma realmente ruim.

No final das contas, isso não vai alterar muito no destino do Universo. Nem para o bem, nem para o mal.

Fontes:

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