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domingo, 25 de agosto de 2013

O petróleo vai acabar?

Uma análise profunda das perspectivas para o petróleo no Mundo e no Brasil.

Fim do Petróleo
Fim do Petróleo
Se você quer uma resposta tipo sim ou não, então NÃO. Porém se você tiver paciência para a explicação a resposta é SIM. Ele vai acabar pela sua inviabilidade econômica.
Depois de ler um artigo escrito pelo jornalista Celso Ming (do Estado de São Paulo)  e da sua interpretação dúbia da reportagem de capa da revista inglesa The Economist de 01/08/2013 , resolvi escrever sobre este assunto. Já é um assunto bastante batido, mas quero deixar a minha opinião. Fiz uma longa análise, espero que sirva para você.


1. Quando o petróleo vai acabar?

Essa resposta vale muitos bilhões de dólares. Quem tiver certeza dela vai ter o Mundo em suas mãos. Por outro lado, eu não acredito em adivinhações. O que existe são estimativas aproximadas que permitem o planejamento da produção e a ação dos agentes econômicos envolvidos.
Existe uma famosa previsão feita por M. King Hubbert em 1956. . Segundo essa previsão a produção do petróleo começaria a declinar por volta de 2010.
 
Hubbert Peak Oil
Fonte:  Wikipédia
Fica claro que, mesmo no gráfico proposto por Hubbert, o petróleo não “acaba”, ele somente torna-se antieconômico. A questão que deve ser realmente respondida é: quando o petróleo vai se tornar antieconômico?

2. Quais são as reservas de petróleo?

Conforme o Relatório Estatístico da ANP de 2013 o quadro atual de reservas mundiais de petróleo é o que segue abaixo (com adaptações e cálculos que eu coloquei):
 Reservas comprovadas de Petróleo
Vejam que as reservas cresceram nos últimos 10 anos, porém o consumo também cresceu.
No livro “O Mundo em 2050” tem uma tabela (pg.45), com dados de 2005 e 2008, contendo as reservas mundiais comprovadas de 22 minérios estratégicos. Também tem o número de anos, mantendo-se o consumo da época essas reservas durariam. Vou colocar um pequeno apanhado dos dados só para dar uma idéia:
 
Reservas Minerais
Fonte: Livro "O Mundo em 2050"
A primeira coisa que se deve ter em mente que as reservas de petróleo, mesmo que muitas vezes estejam associadas às reservas de gás natural, não tem relação direta de volume. Assim as reservas provadas de gás, na tabela, são maiores do que as de petróleo. Outra coisa que podemos ver é que os anos de “reserva” de petróleo variam conforme o ano e a fonte dos dados. Se for para nos apavorarmos com a falta de algum mineral essencial, deveríamos estar mais preocupados com a falta do cobre, já que as reservas provadas só durarão 35 anos.
O fato é que a cada ano novas reservas de minerais são comprovadas, mas, é claro que o petróleo, ao contrário do cobre ou do ferro, não é reciclável. Portanto é finito.

3. Como vai ser o Mundo em 2050?

livro O Mundo em 2050
Este exercício de “futurologia” é necessário para podermos entender o destino da indústria do petróleo. Encontrei estimativas que, dependendo da fonte, vão de 2025 até 2100. A decisão de usar o ano de 2050 veio depois que li o livro, que eu já citei (“O Mundo em 2050”). Além disso, a possibilidade de estar vivo até lá (terei 85 anos) não é irreal. Laurence Smith, diz no seu livro que quatro “forças globais” moldarão o futuro: a demanda por recursos naturais; a globalização; as mudanças climáticas e a tecnologia. Obviamente, todas essas forças estão inter-relacionadas de alguma forma. Vamos analisar:

3.1. O crescimento populacional até 2010

O relatório da ONU sobre as perspectivas da população mundial, na sua revisão de 2012 estima a população atual em 7,2 bilhões de pessoas. A projeção para 2025 é de 8,1 bilhões, para 2050 de 9,6 bilhões e 10,9 bilhões em 2100. Veja o gráfico, da média, abaixo.
 
Crescimento da População Mundial
Fonte: ONU
Na tabela abaixo você pode ver a lista dos 12 países com a maior população projetada em cada período. Talvez você se surpreenda.
 
Tabela projeções População Mundial
Fonte: ONU
É claro que 2100 está muito longe e muita coisa pode mudar, mas se pensarmos em 2050 é logo ali. O relatório da ONU lembra que, apesar do crescimento diminuir como um todo, muitos países em desenvolvimento, sobretudo na África, ainda crescem rapidamente. A população dos países ricos se manterá inalterada até 2050 (permanecendo com cerca de 1,3 bilhões). Só a população da Europa deve diminuir 14% até 2050. Já a população dos 49 países mais pobres, passará de 900 milhões em 2013 para 1,8 bilhão em 2050. Em 2028 a Índia deve passar a China como o país mais populoso. Já a Nigéria, vai dar um enorme salto populacional e deve ultrapassar os Estados Unidos antes de 2050.
Sobre a China, a Índia e a Nigéria, lembrando um post que fiz sobre os preços da gasolina. As reservas de petróleo são muito diferentes entre os três. Hoje as reservas comprovadas da China são praticamente iguais as do Brasil, mas a produção é o dobro, mesmo assim o seu consumo força a importação de 60% do petróleo. A Nigéria tem reservas consideráveis e um consumo ainda pequeno. Isso dá possibilidades de abastecer um consumo interno crescente. Porém, a Nigéria é muito dependente das exportações do petróleo, aumentando o consumo interno terá que diminuir as exportações. Sobre a Índia o caso é mais sério ainda, as suas reservas comprovadas estão muito aquém da necessidade atual. Imaginem um futuro com a população crescendo o tanto que está previsto e necessitando de energia.

3.2. As exigências crescentes da legislação e dos consumidores

Todos os dias lemos notícias sobre os problemas ambientais causados pela geração e pelo consumo de energia. Efeito estufa, limites de emissões de carbono e enxofre, energia renovável, preservação dos mananciais de água, pegada ecológica, etc. fazem parte do nosso linguajar diário. Não há como desvincular as previsões do consumo futuro de energia das questões ecológicas e como elas afetam o comportamento dos consumidores. Há um embate econômico, sociológico e de consciência entre a necessidade crescente de consumo energético e a preservação do meio-ambiente. Como um reflexo da opinião pública, a legislação vem sendo adaptada para atender os dois lados (consumo e preservação). É um equilíbrio extremamente difícil, talvez até impossível.
Sabendo da importância do endurecimento progressivo da legislação quanto às questões ambientais, o relatório da EIA, com projeções para 2040 tem um capítulo inteiro dedicado ao assunto. Nele são tratadas as regras (progressivas) de redução de emissão de gases dos veículos e indústrias, além dos valores mínimos a serem alcançados, ao longo do tempo, de uso de energias renováveis. Há projetos no mundo todo para acabar, ou limitar bastante o uso de veículos a gasolina e diesel. No Reino Unido, por exemplo existe um projeto para terminar com estes veículos até 2040 . Mesmo a super poluidora China, pretende que seus carros façam 20 km/litro de gasolina até 2020.
Conforme o gráfico inserido no Boletim Anual de Preços 2013 – ANP, haverá uma evolução considerável da eficiência em termos de consumo de combustível dos veículos de passeio e utilitários leves nos EUA, até 2025, em km/l.
 
Aumento da eficiência dos veículos
Fonte: ANP
É inegável que a opinião pública sobre a conservação vai pressionando os legisladores e grandes grupos econômicos. Isso me faz lembrar de que quando eu era criança a caça às baleias era uma atividade perfeitamente legal. Hoje poucas sociedades consideram a prática (que é ilegal no Brasil e só é praticada pela Noruega e pelo Japão) como tolerável. Da mesma forma são outras questões ambientais, onde a pressão é maior em países mais ricos e cultos, mas bem menor em países carentes. Portanto não devemos esperar que o consumo de energia proveniente de fontes poluentes diminua de forma parelha. O que se acredita é que a poluição vá diminuindo nos locais mais ricos e aumentando nos mais pobres a medida em que for melhorando as condições econômicas.

3.3. As fontes de energia hoje e no futuro

 
Fonte: Wikipédia
Como estamos falando de petróleo, é bom lembrar que o principal uso dele é como fonte de energia. Conforme o gráfico com a distribuição típica dos subprodutos do petróleo das refinarias norte americanas, 85% do petróleo torna-se combustível. Assim, temos que comparar o petróleo com outras fontes de energia.
No gráfico abaixo (publicado pelo O Globo – FGV) vemos que a maior parte da energia do mundo é, e continuará sendo, pelo menos até 2030 de fontes não renováveis.
 
Matriz energética
Fonte: O Globo - FGV
Muitas vezes temos a tendência de associarmos as expressões “fontes renováveis” com o futuro e “não renováveis” com o passado, a realidade não é bem essa. Dentre as fontes renováveis estão a lenha e a energia hidráulica e nas não renováveis está o gás de xisto (que só é explorado comercialmente há 4 anos). Por isso eu prefiro as expressões “fontes tradicionais” e “fontes novas”, embora essa última tenha um conceito um tanto vago (aqui adoto o conceito de nova para as fontes utilizadas comercialmente, em larga escala mundial, há menos de 20 anos). Fiz uma tabela para deixar um pouco mais claro o que estou dizendo.

Fontes de Energia Novas e Tradicionais

Um parêntese importante deve ser aberto, sobre a diferença entre fonte de energia primária e fonte secundária. Por exemplo, refinando-se o petróleo, se obtém o óleo diesel que pode movimentar um ônibus, mas também pode ser utilizado numa usina de geração de energia elétrica. Essa eletricidade pode ser usada para movimentar um ônibus elétrico (seja ele com baterias ou um trólebus). Assim o óleo diesel que é usado no motor do próprio ônibus é fonte “primária”, já aquele que gera energia elétrica para o ônibus, é fonte “secundária”. A importância disso vem do fato de que, no nível mundial, 60% dos derivados do petróleo são usados como combustíveis no transporte. Por outro lado, uma parte do transporte movido a eletricidade (trens, metrôs, bondes, trólebus e mesmo carros elétricos), também usa derivados de petróleo como fonte secundária de energia.
Posto isso, vamos dar primeiro uma olhada no que o futuro nos reserva segundo os tradicionais relatórios da Shell de 2008 e de 2013  (uma gigante global de energia, e não só de petróleo).
 
Projeção do consumo mundial de energia
Fonte: Shell
Conforme o gráfico acima, vemos que, mesmo em 2060 existe a previsão de grande demanda por fontes de energia não renováveis, como carvão (coal), gás natural, energia nuclear e mesmo o petróleo (oil). Também chama a atenção o pequeno percentual da representação da hidroeletricidade na matriz energética global. Então vamos dar uma olhada nas previsões de fontes e consumo para energia elétrica.
  
projeção do consumo mundial de energia elétrica
Fonte: Shell
Fonte: Ministério das Minas e Energia
Por outro lado a realidade brasileira é um tanto diferente, conforme podemos ver no gráfico do Balanço Energético Nacional. Mesmo assim, o relatório ressalta que a participação de fontes renováveis na matriz elétrica brasileira caiu de 88,9% em 2011 para 84,5% em 2012. Isso se deve aos baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas e ao aumento da geração térmica (leia-se gás natural, carvão e derivados de petróleo). Vemos assim a importância da hidroeletricidade como fonte de energia para o Brasil.
E o uso de energia nos transportes, como será? Nas previsões divulgadas pelo O Globo – FGV, temos o seguinte:
 
Previsão Matriz de Transportes no Mundo
Fonte: O Globo - FGV
As previsões da Shell vão até 2060 estimando que lá, mais 60% dos passageiros (não estamos falando de número de veículos), serão transportados por veículos elétricos ou movidos a células de hidrogênio. O gás (de todas as fontes, renováveis ou não) será responsável por cerca de 15% do transporte, e o restante ainda vai andar em veículos com derivados de petróleo.
 
previsões Passageiros rodoviários transportados
Fonte: Shell
A Agência de Informações de Energia dos EUA (EIA) fez as suas previsões para o mercado americano até 2040. Nos gráficos abaixo se pode ver que a previsão de demanda de derivados de petróleo, para o transporte, se mantém estável até 2040, com um aumento no consumo de diesel e uma redução no de gasolina. Isso se deve a melhoria da eficiência dos motores. Também dá para ver a previsão da adição de biocombustíveis à gasolina e ao diesel, reduzindo assim (por força da legislação) o consumo de derivados de petróleo.
  
Projeção de Demanda de Derivados de Petróleo nos EUA
Fonte: EIA
No transporte pesado, a previsão é de um aumento substancial no uso de gás (novamente, seja de fontes renováveis ou não).
 
Consumo de gás nos transportes nos EUA
Fonte: EIA
Projeções de Venda de carros ecológicos nos EUA
Fonte: EIA
Para terminarmos o assunto sobre o carro do futuro (que eu já escrevi outro post), veja o gráfico sobre a projeção de vendas de automóveis, que NÃO serão movidos (somente) a gasolina (que vamos chamar de “ecológicos”), no mercado americano. Você se lembrar de que eu disse que os EUA, hoje, têm 320 milhões de habitantes e deverá ter perto de 400 milhões em 2040? Pois é, o fato é que hoje, a frota americana é de cerca de 250 milhões de carros. Além disso, a venda anual de carros, nos últimos 10 anos, tem variado de 10 a 16 milhões por ano. Tentando melhorar a análise eu fiz uma estimativa de quantos carros do tipo ecológicos serão vendidos até 2040, cheguei ao número de cerca de 190 milhões. Ou seja, mesmo considerando uma melhora substancial nos transportes públicos (que não sei se faz parte da realidade da cultura americana), não haverá uma renovação total da frota. Por exemplo, a maior parte dos automóveis, não “ecológicos” que estão sendo vendidos, ainda estará rodando normalmente em 2025.
Agora quero fazer um segundo parêntese, sobre o gás de xisto (ou de folhelho). O gás de xisto é o novo “queridinho” das fontes de energia e tem gerado muita polêmica em torno dele. Procurei me informar bem (veja na bibliografia) e coloco aqui as conclusões (embora prematuras) que eu cheguei. Não quero detalhar as técnicas de obtenção do produto, mas quero analisar as perspectivas dele no futuro.
O relatório da EIA sobre os recursos mundiais de gás de xisto analisou as 48 maiores bacias em 32 países. É o que o mapa abaixo mostra. Em vermelho escuro as reservas já estimadas, em amarelo as reservas que ainda aguardam estimativas. Em cinza os locais que não aparecem no relatório. É curioso ver que a Rússia, maior produtor e exportador mundial de gás natural e, que, além disso, é o país mais extenso, não aparece no mapa.
Fonte: EIA
As estimativas atuais apontam para os EUA como tendo a maior reserva de gás de xisto do mundo,que passará a ser exportador de hidrocarbonetos a partir de 2025. O recente início da exploração fez com que o gás natural tivesse o seu preço bastante reduzido. Isso fez com que surgissem várias especulações sobre a aceleração do fim comercial do petróleo e do gás natural, além de inviabilizar o futuro do etanol.
Das fontes de folhelho também se pode obter um óleo que, processado, torna-se combustível como o petróleo. Porém, o custo ainda é bem elevado. Uma reportagem da Info-Abril mostra as 9 maiores reservas de gás de xisto fora dos EUA. A reportagem fala que a Agência Internacional de Energia (AIE) mapeou as reservas de outros 41 países que, somadas aos recursos americanos, equivaleriam a 32% do gás natural tecnicamente recuperável do globo e 10% do óleo.
 
Fonte: Info - Abril
Alguns brasileiros, mais otimistas, preveem que o Brasil possa se tornar o segundo maior produtor de gás de xisto do mudo . Outras pessoas dizem que o “boom” do gás de xisto é uma farsa, uma bolha econômica. Pois dizem que há relatórios que questionam a confiabilidade e a durabilidade das jazidas. Além de haver uma queda acentuada no rendimento do poço de xisto após o primeiro ano.
O fato é que o xisto que é um produto de uma fonte finita. O gás de xisto é poluente, emite mais metano do que o gás convencional. Há sérias dúvidas com a possibilidade de contaminação de reservas de água subterrânea com a extração do gás. Também existem suspeitas e estudos sobre do aumento da ocorrência de abalos sísmicos nas regiões de exploração do gás de xisto. Além disso, a extração demanda uma enorme quantidade de água, usada para injeção nos poços. Diante dessa polêmica toda, alguns estados americanos, além de países como França e Bulgária, proibiram a sua extração.
Finalmente, lembro que o gás de xisto, obviamente, é um GÁS. Ou seja, só concorre com o mercado de combustíveis gasosos. Precisa de dutos para o transporte, embora possa ser liquefeito como o gás natural, porém com custos maiores de processamento e transporte. A demanda futura de gás já foi demonstrada acima, mas não exclui a demanda por outras fontes de energia.

4. As previsões de demanda e produção futuras do petróleo (ou, Por que eu acho que o petróleo vai acabar?)

Já disse antes que acredito que o petróleo vai “acabar” comercialmente, pela simples inviabilidade econômica. Mas isso pode demorar muito, além disso, não vai ocorrer de forma igual em todas as regiões do Mundo. Existem países com enormes reservas de petróleo e eu não creio que eles venham a abandonar tão cedo o uso dos seus recursos, mas sobre isso vou falar mais no item 6.
Vimos anteriormente algumas previsões para a demanda de energia, mas vamos tentar ser mais específicos quanto à demanda do petróleo.
Na reportagem do The Economist que eu falei na introdução (The future of oil: Yesterday’s fuel) é citado que a previsão da Britsh Petroleum (BP) é de que em 2030 se alcançará o topo do consumo, seguindo o crescimento de renda dos países emergentes. Depois disso vai começar a cair pela concorrência de outras fontes de energia como o gás natural. Além disso os veículos serão mais econômicos pela maior eficiência do motor e da redução do peso. Também ocorrerá o crescimento do mercado de carros híbridos, veículos a gás e células de hidrogênio. Mas isso também já tínhamos visto anteriormente. Numa outra reportagem recente do The Economist (O crepúsculo das grandes empresas da indústria global do petróleo - The global oil industry – Supermajordämmerung) é apresentado o gráfico abaixo a esquerda. Porém essa previsão, assim coma a da BP, conflitam com as previsões do relatório da EIA, conforme vemos no gráfico abaixo a direita.
 
Fontes: The Economist & EIA
Olhando com calma o gráfico da esquerda, não dá para levar muito a sério a previsão de ganhos espetaculares de eficiência nos motores em apenas 8 anos. Além disso, a renovação da frota, como também já falei, não vai ser tão rápida. Quanto a substituição pelo gás, especialmente na indústria (global, como fala o relatório), também é impossível de ser tão rápida. O mesmo se pode dizer de veículos usando gás, mesmo que convertidos.
Vamos falar um pouco de gás. Por tudo o que já vimos, para mim, fica claro que o maior concorrente do petróleo é o gás (de todos os tipos: gás natural, de xisto, biogás, etc.), pois ele pode ser usado tanto como fonte primária de energia para indústria e geração de eletricidade, quanto para os meios de transporte (incluindo motos, carros, vans, caminhões e até navios). Nós nos acostumamos a ver veículos movidos a GNV no Brasil (temos a 4ª maior frota, atrás de Irã, Paquistão e Argentina, porém a nossa carência do produto e a prioridade da distribuição para a geração de energia para indústria e eletricidade, fez com que ele fosse desestimulado. Mas essa realidade deve mudar, pelo menos em termos globais nos próximos anos. Hoje, dos mais de 810 milhões de carros e caminhões , menos de 18 milhões usam GNV (a maioria não exclusivamente), ou seja, cerca de 2%. Além disso, o gás também pode ser um substituto para a petroquímica. Para se ter uma ideia do potencial do gás vejamos o gráfico da EIA com as previsões de consumo para o gás no mercado norte americano (a esquerda). Também coloco as previsões da ANP para a produção estadunidense de gás natural (a direita).
 
Fontes: EIA & ANP
Apesar da concorrência o consumo de petróleo anda aumentará nos próximos anos pelo crescimento do consumo em regiões emergentes, como demonstra o gráfico feito pela ANP
 
Fonte: ANP
Além da concorrência com outros produtos, o que vai definir o futuro do petróleo são os seus custos crescentes.
Os custos crescentes ocorrem por várias razões, a principal delas é a maior dificuldade de se conseguir poços comercialmente viáveis. Por exemplo, o primeiro poço dos EUA, em 1859, tinha petróleo a profundidade de apenas 21m . Mesmo as reservas venezuelanas, que começaram a serem exploradas na década de 1920, foram no Lago de Maracaíbo que tem uma profundidade média de 46m . No final da década de 60 começou a exploração das reservas do Mar do Norte, em condições climáticas bastante difíceis e a grandes profundidades de até 450m. Atualmente, temos reservas de petróleo, como do pré-sal de até 2.000m de lâmina d’água e até 6.000m de profundidade no subsolo e ficam muito distantes da costa. As grandes reservas da Rússia são na gélida Sibéria e mesmo as areias betuminosas do Canadá estão próximas ao Circulo Polar Ártico. Conforme o The Economist “cada vez é preciso mais dinheiro para produzir menos petróleo”. A nova fronteira do petróleo são as regiões geladas do Ártico e mesmo da protegida Antártida. Mas, mesmo nessas áreas a produção não vai durar muito, como se pode ver no gráfico preparado pela ASPO.
Fonte: ASPO
A segunda razão para os custos crescentes do petróleo é o endurecimento da legislação. De uma parte a legislação para a prospecção, exploração, transporte, refino e comercialização. Todos querem os benefícios de emprego e royalties, mas ninguém quer os altos riscos de poluição decorrentes da indústria do petróleo. O Canadá, por exemplo, tem grandes planos para a exploração, já iniciada, das suas jazidas de areias betuminosas. Mesmo que para isso sacrifique (o termo é esse mesmo já que o terreno fica imprestável para qualquer outro uso), uma área do tamanho de um estado brasileiro. A resistência dos ambientalistas e comunidades da região têm sido enorme. De outra parte vem das restrições das emissões de poluentes decorrentes do uso de combustíveis fósseis, que coloca o petróleo como pária ambiental, somente sendo melhor que o velho carvão.
É claro que a maior parte do petróleo tem fim energético, porém não podemos esquecer que 15% do petróleo tem outros destinos não energéticos. Existe uma alternativa para uma “sobrevida” ao petróleo que é uso somente como matéria-prima de tecidos, plásticos, etc. Considerando-se o parque de refino atual, não existem condições técnicas para isso, já falei ligeiramente no assunto em outro post. Não sou químico, nem engenheiro químico, mas acredito que, com refinarias e tecnologias totalmente novas, seja possível aumentar bastante o aproveitamento do petróleo para fins não energéticos. Ainda assim teríamos os problemas ambientais e as barreiras legais para o uso de produtos que se originem do petróleo. É só lembrar as proibições do uso de sacolas plásticas em supermercados. Nas fontes coloquei alguns estudos para a melhoria do uso do petróleo na indústria química.

5. Existe quem ache que o petróleo NÃO vai acabar? e O que dizer sobre aqueles que acham que vai haver uma era apocalíptica depois do fim do petróleo?


Vamos começar pelas teorias apocalípticas. A que eu me lembro mais claramente é a mostrada no filme Mad Max 2: The Road Warrior – 1981. No filme, há uma guerra entre potências mundiais pelo petróleo. Essa guerra acaba com a civilização atual. Os sobreviventes vivem em bandos e procuram desesperadamente por gasolina. Eu posso afirmar o seguinte, não acho improvável um conflito mundial que termine com as sociedades atuais, mas certamente não será por causa do petróleo. O filme é bem divertido, se você não viu, alugue e faça pipoca para comer assistindo. Só isso.

Quanto às pessoas que acreditam que o petróleo não acabará, sim, elas existem. O principal deles foi o falecido escritor Thomas Gold, autor do livro “A Biosfera Profunda e Quente - O Mito dos Combustíveis Fósseis” - Autor: Thomas Gold - Editora: Via Optima – Ano: 2007, mas que tem muitos seguidores. Não li o livro, mas li vários artigos e reportagens (que coloquei nas fontes). Thomas e seus colegas acreditam que o petróleo tenha origem inorgânica (abiogênica). A teoria sustenta que ocorrem nas profundezas da Terra processos não biológicos que, combinados com uma gigantesca biosfera subterrânea (cuja massa é maior do que todos os seres vivos da superfície), formariam o petróleo e o gás natural.
Como não sou geólogo, nem geofísico ou algo parecido, posso me arriscar a dar a minha opinião sem passar vergonha. Eu acho que, mesmo que a teoria do petróleo abiogênico seja plausível, ela não garante a continuidade econômica indefinida do petróleo. Basta ver a quantidade de campos ao redor do globo que já se exauriram. Isto é, se os processo (ditos) “naturais” de produção do petróleo inorgânico realmente existem, eles são mais lentos do que a velocidade que a Humanidade explora suas fontes. Ou seja a produção comercial do petróleo acabará de qualquer forma.

6. Quais as perspectivas para o Brasil e para outros grandes produtores de petróleo?

Agora vamos fazer uma rápida revisão nas fontes de energia. Antes da revolução industrial, o Mundo usava a lenha, o vento, a energia hidráulica e alguma coisa de biomassa e óleos vegetais e animais. No século XIX se usava em larga escala, além dos já citados, o carvão e o início do petróleo. Já no século XX se disseminou a eletricidade (com as mais diversas fontes primárias, tradicionais como o carvão e a hidráulica, com novas como a nuclear, a solar e a geotérmica). Hoje temos uma miríade de fontes primárias intercambiáveis. Uma usina termelétrica a gás pode funcionar com gás de qualquer origem, assim como, com pequenas adaptações, operar com óleo diesel. Temos, aos milhões, veículos flex-fuel que funcionam com biocombustível, gás ou gasolina. Mesmo o diesel já tem um teor elevado de biodiesel (e ele deve aumentar). Os veículos híbridos elétricos são uma realidade e não está distante o dia que teremos carros elétricos, com motores auxiliares que poderão funcionar com etanol, gasolina ou gás. Ou seja, o mesmo carro poderá andar na Venezuela com gasolina, no interior de São Paulo com etanol de cana-de-açúcar, na Rússia com gás natural, nos EUA com gás de xisto, ou com eletricidade pura (armazenada nas baterias) em qualquer lugar do Mundo. Sem falar na possibilidade de misturar todas as fontes.
Com esses argumentos, tento demonstrar que, com a enorme variedade de fontes de energia, não se pode afirmar que alguma fonte deixará de ser usada no mundo todo. Acho muito difícil que um país como a Venezuela que, como já coloquei num post anterior, tem reservas para mais de 1.000 anos de consumo interno a um custo relativamente baixo, deixe de usar o petróleo para importar outras fontes de energia. Dessa forma acho que o petróleo vai continuar sendo usado em diversas partes do Mundo por muito tempo. Acredito também que questões ambientais possam ser “amenizadas” através de tecnologias de redução de emissões de gases poluentes.
Fonte: Shell
As previsões de consumo que focam somente nos mercados norte americano e europeu, mesmo que ampliados para China e Japão, pecam pela falta de visão global. O relatório da Shell prevê que o maior crescimento do consumo será na Ásia e na África.

Falando sobre as perspectivas para o petróleo no Brasil, voltemos ao artigo de Celso Ming sobre o declínio do petróleo. Conforme a interpretação de Ming, a demanda global de petróleo tendendo a se estabilizar ou até cair, vai fazer com que o Brasil deixe de explorar o seu petróleo e passe a comprar do exterior. Os argumentos que ele usa são coisas que já vimos: a concorrência do gás de xisto, o fato de 60% do petróleo ser para o transporte, que em consequência das maiores exigências ambientais e o novo interesse do consumidor levarão os fabricantes de veículos não só a produzir motores bem mais eficientes, como, também, a substituir a tecnologia convencional por outras que dispensarão os combustíveis fósseis.
Já falamos sobre o gás de xisto, mas vamos conversar um pouco sobre o gás natural como um todo para o mercado brasileiro. O fato é que o Brasil tem pouco gás, menos do que precisa para utilizar, e pior que isso, os nossos vizinhos mais próximos também têm pouco gás. A Argentina está começando a explorar comercialmente o gás de xisto agora, mas com a carência interna que ela também tem de gás natura, vai demorar a sobrar para nos exportar. A Bolívia, que já nos vende gás natural está tentando renegociar os contratos com medo da concorrência. Ainda assim as suas reservas não são muito grandes e estão declinando. A possibilidade do Brasil trocar o petróleo do Brasil depende então da cotação do petróleo versus a cotação do gás importado por navios.
A viabilidade do pré-sal (assim como a exploração nas regiões polares) dependa do preço mínimo do petróleo. Em 2008 se falava na viabilidade desde US$35/barril até US$60/barril, sob o argumento da alta produtividade dos poços. Em 2009 British Petroleum avaliava a viabilidade em, no mínimo US$60/barril, embora a Petrobras trabalhasse como referência o valor de US$37/barril. Agora, em 2013 a Petrobras declarou que o valor investido para extrair petróleo considerando todos os custos e investimentos (com exceção de infraestrutura), fica entre US$ 40 a US$ 45 por barril. Valor que, segundo a empresa, está abaixo do custo de diversos campos em desenvolvimento no mundo.
Fonte: EIA
Conforme as previsões da EIA, em nenhuma hipótese o preço do petróleo cairá abaixo de US$70 até 2040. O valor vai de um valor mínimo de US$70/barril em 2017, chegando a US$75 em 2040. Demonstrando assim, a viabilidade econômica do pré-sal.


Considerando-se que mais de 31% da energia consumida no Brasil é destinada ao setor de transportes, temos que analisar o tamanho da frota brasileira e a renovação dela frente aos novos combustíveis. Conforme o DENATRAN, em abril/2013 a frota nacional de veículos automotores (carros, caminhões, ônibus, tratores, motos, etc.) era de 76 milhões. Sendo que 47% deles tinham 10 anos ou mais (quando ainda não havia veículos flex fuel). Do total de veículos 43,8 milhões eram automóveis, mas menos de 7.000 deles eram híbridos ou elétricos. Como vemos, a frota ainda tem muito o que se renovar para deixarmos de usar derivados de petróleo. Apesar do enorme estímulo para a venda de carros novos que temos hoje no Brasil (quase todos flex) e da renovação dos motores diesel para queimarem produtos com baixo teor de enxofre, pouco se faz para realmente “renovar a frota”. Ou seja, os veículos velhos, altamente gastadores e poluidores, continuam nas nossas ruas. Ao contrário, há até um estímulo para que continuemos rodando com eles, haja vista a redução do IPVA quanto mais velho é o veículo. Mesmo que façamos um esforço hercúleo para a renovação da frota, ainda enfrentaremos o enorme problema do transporte de massa e de cargas que é feito, via de regra, por veículos automotores. Mesmo a Shell, grande produtora de gás, não acredita muito no futuro dele para o transporte. Apostando mais nos biocombustíveis, conforme o gráfico abaixo. É esperar para ver.
 
Fonte: Shell
  

7. Considerações finais

Já sabemos que o petróleo vai acabar, e daí? Estava pensando na origem do debate sobre a importância do petróleo e das previsões sobre o seu fim. Bem temos que lembrar que em 1956, quando surgiu a teoria do pico do petróleo, eram tempos da guerra fria, onde o mundo só tinha dois lados os mocinhos e os vilões (quem eram eles dependia do lado que você mais simpatizasse). Havia uma enorme preocupação quanto a hegemonia das grandes corporações e o poder que elas exerciam. Segundo o The Economist, em 1950 as sete maiores companhias de petróleo dominavam 85% das reservas mundiais de petróleo. Hoje, mais de 90% das reservas estão sobre controle de companhias estatais como a Petrobras. Não adianta o petróleo acabar, não adianta as sete irmãs (que hoje são só quatro) falirem porque vão surgir outras corporações globais e outros poderes estatais que vão dominar, por algum tempo, grandes setores da economia (é só lembrar da Intel, da Microssoft e da Apple).
Como já vimos, existem muitas alternativas e a falta do petróleo não é o maior problema a ser enfrentado. A questão do petróleo é mais uma questão consciência ambiental mas, assim como a caça às baleias e o uso do cigarro, embora em declínio permanente, elas não acabam de vez tão cedo. Voltando ao filme “Mad Max 2”, não é a falta de gasolina que levará ao desespero uma população que está vivendo no meio do deserto. O problema da água é bem mais preocupante, mas isso eu vou deixar para outro post.
Se é que há vilões somos nós mesmos e a nossa sede de consumo e conforto. Só para nós pensarmos um pouco, conforme a figura que tirei de uma reportagem da Superinteressante que tinha o título “E se o mundo consumisse como os EUA?” (de 2009), se o Mundo todo tivesse o padrão de conforto (gerado pelo consumo) que os norte americanos tem, as reservas de petróleo durariam bem menos. É isso que nós queremos? É isso que nós precisamos? Deixo para você a resposta.

Consumo anual e reservas de petróleo em 2009. Fonte: Superinteressante


8. FONTES:

  • Reportagens:

o ASPO – Association for the Study of Peak Oil & Gas - The Economist: ”Oil is yesterday’s fuel" 2013-08-02: http://www.peakoil.net/headline-news/the-economist-oil-is-yesterday-s-fuel
o Declínio do Petróleo? (Celso Ming): http://blogs.estadao.com.br/celso-ming/2013/08/10/vai-sobrar/
o E se o mundo consumisse como os EUA? Com a tecnologia de hoje, um "mundo EUA" seria impossível - Por Daniel Schneider - Revista Superinteressante – 01/2009: http://super.abril.com.br/cotidiano/se-mundo-consumisse-como-eua-615745.shtml
o Folha de S.Paulo - Mercado - Empresas de energia lucram com o derretimento do Ártico - ANDREW KRAMER - DO "THE NEW YORK TIMES" - 16/08/2013: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/08/1327650-empresas-de-energia-lucram-com-o-derretimento-do-artico.shtml
o Gás Natural – Bolívia - Bolívia quer renegociar gás já - 22/08/2013: http://www.valor.com.br/internacional/3242604/bolivia-quer-renegociar-gas-ja
o Interesse na Antártica não é científico, diz pesquisador: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/interesse-na-antartica-nao-e-cientifico-diz-cientista-04032012-1.shl
o Lobão: pré-sal é viável com petróleo na casa dos US$ 60 - 03 de novembro de: http://www.estadao.com.br/noticias/economia,lobao-pre-sal-e-viavel-com-petroleo-na-casa-dos-us-60,271764,0.htm
o O crepúsculo das grandes empresas da indústria global do petróleo - The global oil industry – Supermajordämmerung - The day of the huge integrated international oil company is drawing to a close - Aug 3rd 2013: http://www.economist.com/news/briefing/21582522-day-huge-integrated-international-oil-company-drawing
o Petróleo continuará a dominar a matriz energética mundial nas próximas décadas - Painel FGV - O Globo - 07-04-2013: http://oglobo.globo.com/projetos/painelfgv/mat/mat14.asp
o Pré-sal é viável mesmo com petróleo a US$ 35 - Jornal do Commercio - 06/11/2008: http://infoener.iee.usp.br/infoener/hemeroteca/imagens/119752.htm
o Pré-sal só é viável com o petróleo a US$ 60 - 06/02/2009: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u499859.shtml
o Reino Unido quer declarar o fim dos carros a gasolina e diesel em 2040 - 09/08/2013: http://www.noticiasautomotivas.com.br/reino-unido-quer-declarar-o-fim-dos-carros-a-gasolina-e-diesel-em-2040/
o The future of oil: Yesterday’s fuel - The Economist de 01/08/2013: http://www.economist.com/news/leaders/21582516-worlds-thirst-oil-could-be-nearing-peak-bad-news-producers-excellent?fsrc=nlw|hig|8-1-2013|6280705|37127680|
o Vendas de carros nos EUA em agosto devem subir 12%, dizem analistas: http://noticias.br.msn.com/vendas-de-carros-nos-eua-em-agosto-devem-subir-12percent-dizem-analistas-1

  • Relatórios:

o Anuário Estatístico da ANP – 2013 (on-line): http://www.anp.gov.br/?pg=62402&m=&t1=&t2=&t3=&t4=&ar=&ps=&cachebust=1372719253230
o Boletim Anual de Preços 2012 – ANP: http://www.anp.gov.br/?dw=59757
o Boletim Anual de Preços 2013 – ANP: http://www.anp.gov.br/?dw=65868
o DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito – Frota em abril/2013: http://www.denatran.gov.br/frota2013.htm
o New Lens Scenarios – Shell – 2013: http://s01.static-shell.com/content/dam/shell-new/local/corporate/Scenarios/Downloads/Scenarios_newdoc.pdf
o Perspectivas da População Mundial - World Population Prospects - The 2012 Revision - United Nations - New York, 2013: http://esa.un.org/unpd/wpp/Documentation/pdf/WPP2012_ KEY FINDINGS.pdf
o Produção de óleo nas regiões polares: http://www.peakoil.net/headline-news/oil-production-in-the-polar-regions
o Relatório anual da EIA (Agência de Informações de Energia dos EUA) – Anual Energi Outlook 2013 – With projection to 2040: http://www.eia.gov/forecasts/aeo/
o Relatório final Balanço Energético Nacional – 2013: https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2013.pdf
o Shell energy scenarios to 2050 – de 2008: http://s00.static-shell.com/content/dam/shell/static/future-energy/downloads/shell-scenarios/shell-energy-scenarios2050.pdf
o Síntese do Relatório final Balanço Energético Nacional – 2013: https://ben.epe.gov.br/downloads/S%C3%ADntese%20do%20Relat%C3%B3rio%20Final_2013_Web.pdf

  • Livros e Filmes:

o Filme - Mad Max 2: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mad_Max_2:_The_Road_Warrior
o Livro: “O Mundo em 2050” de Laurence C.Smith – ano 2011 – Editora Elsevier.

  • Alternativas Para o Uso do Petróleo na Indústria Química:

o A indústria petroquímica no próximo século: como substituir o petróleo como matéria-prima? - Ulf Schuchardt, Marcelo L. Ribeiro, Adilson R. Gonçalves http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422001000200016
o A Integração Refino Petroquímica Como Alternativa Para Atendimento Do Crescente Mercado De Petroquímicos - Fabrícia de Souza Moreira - Dissertação de Mestrado - Programa em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos - Escola de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Agosto de 2008 http://www.eq.ufrj.br/prh13/producao-cientifica/
o O Papel Da Inovação Tecnológica Na Integração Refino Petroquímica No Brasil -Fabrícia S. Moreira, Peter R. Seidl, Maria José O.C Guimarães http://www.portalabpg.org.br/PDPetro/4/resumos/4PDPETRO_7_3_0165-1.pdf

  • Wikipédia:

o Areias Betuminosas do Canadá – Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Areias_betuminosas_do_Athabasca
o Automobile – Wikipédia: http://en.wikipedia.org/wiki/Automobile
o Caça às baleias - Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Balea%C3%A7%C3%A3o
o Camada pré-sal - Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Camada_pr%C3%A9-sal
o Carros – Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Carros
o GNV (CNG) - Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Compressed_natural_gas
o Lago de Maracaibo - Wikipedia: http://es.wikipedia.org/wiki/Lago_de_Maracaibo
o Mar do Norte - Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mar_do_norte
o Peak Oil – Wikipédia: http://en.wikipedia.org/wiki/Peak_oil
o Petróleo - Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Petr%C3%B3leo
o Petroleum product – Wikipédia: http://en.wikipedia.org/wiki/Petroleum_product
o Pico do Petróleo – Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pico_do_petr%C3%B3leo
o Sete Irmãs do Petróleo – Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sete_irm%C3%A3s

  • Gás de Xisto:

o A grande farsa do gás de xisto - Le Monde Diplomatique Brasil: http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1399
o As 9 maiores reservas de gás de xisto fora dos EUA - 15 de julho de 2013: http://info.abril.com.br/noticias/tecnologias-verdes/fotonoticias/as-maiores-reservas-de-gas-de-xisto-fora-dos-eua.shtml
o Brasil poderá ser o segundo maior produtor de Gás xisto – Gás e Petro: http://www.gasepetro.com.br/noticias_abril07.asp
o Gás de Xisto – Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A1s_de_xisto
o Gás de xisto inviabiliza sonho de etanol como commodity: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/bioagroenergia/2013/08/13/energia-gas-de-xisto-inviabiliza-sonho-de-etanol-como-commodity/
o Relatório de Recursos Mundiais de Gás de Xisto 2011 – EIA: ftp://ftp.eia.doe.gov/natgas/shalegasreport.pdf
o Valenciano Vicente Izidorio fala sobre o potencial do Gás Xisto. Veja - Por Portal V1 - 06/04/: http://portalv1.com.br/brasil-podera-ser-o-segundo-maior-produtor-de-gas-xisto

  • Petróleo de origem “abiogênica” (não fóssil): 

o A Biosfera Profunda e Quente - O Mito dos Combustíveis Fósseis - Autor: Thomas Gold - Editora: Via Optima – Ano: 2007.
o Abiogênic Petroleum Origin – Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Abiogenic_petroleum_origin
o Confissões de um ex-crente no Pico Petrolífero - F. William Engdahl: http://resistir.info/peak_oil/engdahl_26set07.html
o Origem inorgânica do petróleo – Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Origem_inorg%C3%A2nica_do_petr%C3%B3leo
o Petróleo de origem não fóssil e inesgotável: http://www.fciencias.com/2012/03/31/o-petroleo-nao-e-de-origem-fossil-e-inesgotavel/
o Petróleo de origem não fóssil: http://citadino.blogspot.pt/2009/10/o-petroleo-nao-e-de-origem-fossil.html#sthash.wAujdxNZ.dpuf
o Thomas Gold – Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Gold
o Wired 8.07: Fuel's Paradise: http://www.wired.com/wired/archive/8.07/gold_pr.html

Um comentário :

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